POMBA GIRA

Na Umbanda, temos uma Linha de Entidades de Trabalho que se identificam como Pomba Gira (ou Pomba-gira) e que atuam na chamada Esquerda. São espíritos humanos que tiveram várias encarnações e que, com o tempo, obtiveram a permissão da Lei Maior para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem em favor da nossa evolução.
E onde estaria a origem da palavra Pomba-gira?
Na Cultura Nagô-Iorubá, de onde vem o culto aos Orixás, não existe um Orixá Pomba-gira (Divindade) e nem uma Entidade Pomba-gira.
A provável origem do nome Pomba-gira está numa Divindade da Cultura Bantu. Os povos Bantus (ou Bantos) ocupavam a região de Angola, Congo, Cabinda, que ficava ao lado do território do povo Sudanês, este correspondente aos Nagôs e Jejes.
Pomba-gira popularizou-se com a expansão da Umbanda e dos demais cultos afro-brasileiros nos anos 1960/1970. Sua força era indiscutível e seu poder foi usufruído por todos os que iam se consultar com ela.
Junto à explosão descontrolada das manifestações de Pomba giras, vieram os males que acompanham tudo o que é poderoso: os abusos em nome das Entidades Espirituais (pedidos de joias e perfumes caríssimos; de vestes ricas e enfeitadas, de oferendas e mais oferendas caríssimas; de assentamentos luxuosos e ostentativos; de cobrança por trabalhos realizados por elas, mas recebidos em espécie por encarnados etc.).
Pomba-gira também serviu de desculpa para que algumas pessoas atribuíssem a ela seus comportamentos no campo da sexualidade.
Porém, a verdade é que enquanto Mistério da Criação e instrumento repressor da Lei Maior e da Justiça Divina, Pomba-gira atua esgotando o íntimo de pessoas e de espíritos vítimas de desequilíbrios emocionais ou consciências, pois essa é uma de suas muitas funções na Criação.
Na Umbanda, a Entidade Espiritual Pomba-gira, que se manifesta incorporada em suas médiuns, está fundamentada num arquétipo desenvolvido a partir da Entidade Bombo gira, originária do Culto Angola.