Finados
Para a Umbanda a morte do corpo físico não é o fim da vida. Entende-se apenas como o fim de um ciclo, ou seja, da passagem encarnatória. Após o ato da morte física do ser encarnado, este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumuladas durante a passagem no corpo físico. Aqui no plano físico, estamos numa esfera neutra ou mista, onde tudo se encontra, sem distinção. Já no plano astral, os seres vivem em realidades dimensionais pertinentes às suas condições emocionais e vibracionais. Logo, se o ser vibrar ódio, um lugar com seres odiosos será sua morada. Se vibrar o amor, sua morada será um lugar agradável. Nós somos aquilo que criamos ao nosso redor e a realidade que desenvolvemos é a que levamos além do pós morte. Então, nada se acabará com o fim da vida física,quando o corpo perece este é o fim de uma etapa e o início de outra. Morremos para o mundo físico e renascemos para o mundo espiritual. Assim, o contrário acontece quando reencarnamos: “morremos”para a vida no plano etérico e nascemos para o plano físico. Nós umbandistas, devemos nos preocupar com o que criamos na nossa vida, pois já podemos desconfiar do resultado no desencarne. A Umbanda não crê em ressureição, como não crê em um Salvador ou Messias resgatador de seu rebanho,uma vez que ela prega a transcendência que cada ser deve alcançar. Ninguém fará nada por ninguém, cada qual com seu quinhão. No entanto, a crença no reencarne é a explicação do resgate dos débitos e aprendizado constante do ser.
No dia de finados, é fundamental que o umbandista, ao realizar o culto ao Divino Orixá Pai Omulu, vibre seus pensamentos nos antepassados, seus parentes desencarnados, solicitando ao Pai Omulu que ilumine a todos ,pois se algum antepassado estiver precisando de ajuda por estar perdido nas suas questões emocionais e ainda não ter alcançado a luz, pode ser oportuno de acontecer este resgate, e, aquele que já esteja em situações privilegiadas, então se sentirá gratificado pelas vibrações, além de ser o momento de demonstrar gratidão aos antepassados que promoveram a sua passagem presente.
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Este texto foi baseado em um seminário apresentado na Universidade do Sagrado Coração de Bauru- SP
Dia de Finados: Origem Provável no Povo Celta
Para os Celtas, dia 31 de outubro era o fim de um ciclo, de um ano produtivo, tempo este que nesta região a colheita tinha acabo de se encerrar e de ser estocada, especialmente para os meses frios e escuros do inverno neste período nesta região.
Na celebração do fim de um ciclo (31 de outubro) e início do outro ciclo (1 de novembro), acreditava-se que este seria o dia de maior proximidade entre os que estavam encarnados e os desencarnados e nas festas, de muita alegria e comemoração por este fato também, cada um levava algo como uma vela ou uma luminária que era feita em gomos de bambu, a fim de se iluminar os dias de inverno que estariam por vir.
Alguns textos falam que nesses dias de festas, as luminárias eram feitas com abóboras esvaziadas e esculpidas com o formato de cabeças, isto para indicar o caminho àqueles que eles acreditavam serem visitados por seus parentes e receber o perdão daqueles a quem eles haviam feito sofrer, além de ter o significado de sabedoria pela humildade para saber pedir perdão e como prova de vida além da vida.
Com o domínio desses povos pelo Império Romano, rico em armas e estratégias de guerras e conquistas e pobre em intelectualidade, as culturas foram se misturando e expandindo com todo o Império, que mais tarde viria a ser - e o é até hoje - a sede do Império Católico ou da Religião Católica, hoje fixada no Estado do Vaticano, na área urbana de Roma, Itália.
Segundo prega a tradição da Igreja Católica, o Dia dos fiéis defuntos, Dia dos mortos ou Dia de finados é celebrado no dia 2 de Novembro, logo a seguir ao dia de Todos-os-Santos. Desde o século II, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram.
A história real nos mostra que o Dia de Finados só passou a ser um dia de dor e lamúria após o advento dos culposos dogmas católicos, ao contrário das filosofias reencarnacionistas que, não temendo a morte e entendendo esta como o fim de um período transitório em retorno a vida verdadeira (espiritual), só tem a celebrar e enviar boas emanações aos entes queridos que deixaram o corpo carnal e continuam suas vidas verdadeiras, cada um na sua condição de elevação espiritual.